Poucos capítulos da Bíblia são tão surpreendentes e carregados de significado espiritual quanto a história de Tamar, nora de Judá. Mesmo inserida em um único capítulo — Gênesis 38 — essa narrativa muitas vezes passa despercebida por leitores apressados ou desatentos.

Esse capítulo parece até interromper o enredo principal de José, iniciado no capítulo 37, mas a verdade é que ele carrega um peso profundo e profético. O que acontece entre Judá e Tamar não é apenas um drama familiar — é uma virada divina que influencia diretamente a genealogia de Jesus Cristo.

Sim, você leu certo. Uma atitude ousada e inesperada se torna um elo essencial na linhagem do Salvador.

Neste estudo bíblico sobre Judá e Tamar, vamos mergulhar nessa história guiados pelo Espírito Santo, extrair lições atemporais e refletir sobre como Deus pode transformar situações improváveis em marcos de fé e redenção.

Se você está buscando uma pregação sobre Judá e Tamar que vá além da superfície, prepare-se. O que está por vir pode abrir seus olhos para verdades que talvez você nunca tenha notado antes.

Judá e Tamar Estudo Bíblico Completo – O inicio de uma historia

A Vida de Judá – De Irmão Arrependido a Elo da Promessa

Judá foi o quarto filho de Jacó com Lia, e sua história começa marcada por uma escolha polêmica: foi ele quem convenceu seus irmãos a venderem José como escravo, evitando que se tornassem culpados diretos de sua morte (Gênesis 37:26-27).

Apesar disso, Judá se tornou um dos mais influentes entre os filhos de Jacó. Em 1 Crônicas 5:2 lemos que dele veio o domínio, e dele surgiu a linhagem real que culminaria em Jesus Cristo. Um destino nobre, nascido em meio a decisões complexas e caminhos tortuosos.

Logo no início de Gênesis 38, vemos uma mudança significativa: Judá se afasta de sua família. Esse afastamento acontece pouco tempo depois da venda de José. Podemos imaginar que, ao ver o sofrimento de seu pai e carregar o peso daquela mentira, Judá tenha escolhido a distância como uma forma de escapar da culpa — ou da dor.

Ele vai viver em Adulão, uma cidade dos cananeus situada no vale de Elá — o mesmo local onde, mais tarde, Davi enfrentaria Golias. Lá, Judá se hospeda com Hira, um adulamita, e conhece a filha de um homem chamado Sua, com quem se casa. Dessa união nascem três filhos: Er, Onã e Selá. Quando Selá nasceu, estavam na cidade de Quezibe — um nome que carrega ironicamente o significado de “enganosa”.

A trajetória de Judá, repleta de decisões humanas, tropeços e recomeços, nos mostra que Deus é especialista em usar vidas quebradas para cumprir Seus propósitos eternos.

A História de Tamar, Nora de Judá – Coragem em Meio à Injustiça

Dentro do costume da época, cabia ao pai escolher a esposa para o filho. E foi exatamente isso que Judá fez ao escolher Tamar — cujo nome significa “palmeira” — para se casar com seu primogênito, Er.

Mas logo nos deparamos com um mistério e um juízo severo:

“Er, porém, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do SENHOR, pelo que o SENHOR o matou.” (Gênesis 38:7)

A Bíblia não revela qual foi a maldade cometida por Er, apenas afirma que sua conduta era reprovável diante de Deus. Porém, vale lembrar que Judá estava morando em uma terra pagã, onde os valores e cultos eram completamente diferentes dos ensinamentos do Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Era uma cultura idólatra, distante da verdade divina — e Judá, agora imerso nesse ambiente, escolhe uma esposa para seu filho dentro desse contexto.

Com a morte repentina de Er, a história de Tamar, nora de Judá, ganha um novo tom. Ela se torna viúva — e, naquele tempo, uma viúva sem filhos estava à margem da sociedade. Sem herança, sem sustento, sem proteção. Condenada, muitas vezes, à pobreza e à exclusão social após a morte dos pais, já que o marido era seu provedor e os filhos, sua garantia de futuro.

A Lei do Levirato e a Decisão de Onã: Quando o Egoísmo Enfrenta os Planos de Deus

Após a morte de Er, Judá orienta que Onã, seu segundo filho, se case com Tamar para cumprir o costume do Levirato — uma prática da época em que o irmão de um homem falecido assumia a responsabilidade de gerar um herdeiro com a viúva, garantindo assim a continuidade do nome e da herança do falecido.


(Leia Depois…)


Esse costume, mais tarde, foi formalizado na Lei de Moisés (Deuteronômio 25:5-10), com regras bem definidas: o filho nascido dessa união não pertenceria ao pai biológico, mas seria considerado legalmente descendente do irmão falecido. Após a concepção, o vínculo conjugal era encerrado, e a mulher voltava à condição de viúva, pois seu papel havia sido cumprido.

Mas Onã não queria cumprir esse papel sagrado.

Movido por egoísmo e interesse próprio, ele recusou-se a gerar um filho que herdaria parte da herança do irmão — uma herança que, legalmente, seria dobrada, por se tratar da parte do primogênito. Ele queria manter os privilégios e as relações com Tamar, mas sem assumir a responsabilidade espiritual e familiar que o ato exigia.

“Sabendo Onã que o filho não seria seu, sempre que tinha relações com a mulher do seu irmão, derramava o sêmen no chão, para não dar descendência a seu irmão.” (Gênesis 38:9)

Essa atitude, embora pareça apenas física, carregava uma grave transgressão espiritual: Onã estava se opondo ao plano de Deus de preservar a linhagem por meio de Judá, de onde viria o Messias.

Diante disso, o Senhor julgou sua atitude como maligna — e Onã também morreu.

A história de Tamar, nora de Judá, segue marcada por promessas quebradas, perdas e injustiças. Mas também por um enredo divino em construção, onde a fidelidade de Deus triunfa sobre os erros humanos.

A desculpa de Judá

Judá então ficou com um só filho, ainda muito novo. Temendo que ele fosse morto como seus irmãos, pediu que Tamar voltasse à casa de seus pais. E mantivesse seu estado de viuvez, até que Selá viesse a ser homem e então a entregaria por mulher, seguindo novamente a lei do Levirato.

Mas Judá já tinha em seu coração, que não entregaria o seu filho a Tamar, quando este crescesse. Pois para Judá e sua esposa o problema não estava nos filhos, estava em Tamar.

Você já reparou como nós temos a mania de culpar as outras pessoas pelos nossos problemas? Como é difícil para nós analisar uma situação de maneira imparcial. E reconhecer que muita das vezes a culpa não está em outras pessoas, mas sim em nós mesmos?

É muito mais fácil jogar também a culpa no demônio do que assumir que o problema está em nós. Vemos isso muito claramente no versículo 11.

Então disse Judá a Tamar sua nora: Fica-te viúva na casa de teu pai, até que Selá, meu filho, seja grande. Porquanto disse: Para que porventura não morra também este, como seus irmãos. Assim se foi Tamar e ficou na casa de seu pai.
Gênesis 38:11

Judá não estava disposto a fazer cumprir a lei do levirato, entregando o filho mais novo para Tamar.

Ele achava que de alguma forma, ela era a responsável pela morte de seus dois filhos mais velhos. Entretanto, a lei do levirato prevê, que para continuar uma linhagem o próprio pai poderia gerar filho com sua nora.

Um plano de coragem

Algum tempo depois morreu a mulher de Judá. E Tamar continuava à espera do casamento com Selá, que já se tornara um adulto. Mas parecia que Judá se havia esquecido da promessa.

Mais que tudo, ela queria um filho que fosse herdeiro de Judá, mas se dependesse dele, ela estaria condenada a ser uma viúva sem filhos.

Mas ela tinha direitos, e não abriu mão deles. Surgiu-lhe então a ideia de ter um filho diretamente de Judá, sem esperar mais por Selá.

Conhecendo os hábitos do sogro, ela colocou em prática uma estratégia ousada: se fez passar por uma prostituta cultual. As prostitutas cultuais eram usadas nos cultos de fertilidade no Oriente Médio.

Nesses cultos acreditava-se que a colheita e os rebanhos eram aumentados pelo intercurso ritual. Com as prostitutas de certas deusas como: Aserá, Asterote e Anate.

Elas normalmente cobriam o rosto, pois acreditava-se que as próprias deusas “encarnavam” nessas mulheres.


Colocando o plano em ação

Tamar havia pensado em todos os detalhes. Ela sabia que a sua vida estaria completamente em risco, quando sua barriga começasse a crescer.

E como não havia exame de DNA na época, ela precisaria provar quem era o pai da criança, sem deixar sombra de dúvida.

E como ela havia calculado Judá a cobiçou. Propôs e ofereceu um cabrito em troca dos seus serviços. Mas ela exigiu um penhor, uma garantia, e sugeriu a Judá que lhe entregasse o seu selo, cordão e o cajado.

E ele logo entregou a ela estes 3 objetos e a possuiu. Logo após, ela não esperou pelo cabrito, mas voltou para sua casa e colocou sua roupa de viuvez novamente.

Judá mandou seu amigo adulamita com o cabrito, para reaver o penhor da mulher, mas ela não estava mais lá.

Vale lembrar, que Tamar estava com seu rosto coberto. Por isso Judá não a reconheceu.

O resultado vem

E quase 3 meses depois, Tamar aparece grávida e alguém imediatamente corre para levar a notícia a Judá, dizendo:

…Tamar, tua nora, adulterou, e eis que está grávida do adultério…

Então disse Judá:

…Tirai-a fora para que seja queimada… (Gênesis 38:24)

 

Perceba neste texto, que a sentença já havia sido decretada, não importando saber os detalhes. Se Tamar realmente havia se prostituído ou quem sabe ela não foi violentada? E o pai da criança quem era?

Nada disso parecia ser importante, ninguém se propôs a interceder por Tamar junto à Judá. Para que este enviasse o seu filho menor, agora já crescido, para cumprir a lei do Levirato.

Mas todos estavam apenas interessados em criticar, acusar, caluniar e não em ajudar.

E parece incrível como esta cena se repete e muito nos dias atuais. Muitas pessoas parecem já andar com pedras nas mãos só esperando um boato negativo sobre alguém pra logo ir e apedrejá-lo.

Não se preocupam em buscar saber se de fato aquela notícia é verdade. Nem muito menos ajudar a pessoa, mesmo que realmente ela tenha errado gravemente. (Como Jesus fez com a Mulher Adúltera).

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A carta na manga

Mas Tamar sabiamente já tinha garantido seu habeas corpus. E logo mandou dizer ao seu sogro “Do homem de quem são estas coisas eu concebi.”

E ela disse mais:

Conhece, peço-te, de quem é este selo, e este cordão, e este cajado. (Gênesis 38:25)

E Judá logo reconheceu estes 3 objetos e percebeu que na verdade o errado da história era ele mesmo. No entanto ele concluiu dizendo:

Mais justa é ela do que eu, porquanto não a tenho dado a Selá meu filho. (Gênesis 38:26)

 

Muitas vezes em nossas vidas, seremos criticados, caluniados, perseguidos e até mesmo apedrejados.

Mas se você estiver alicerçado na rocha inabalável que é o Senhor Jesus Cristo e levar uma vida de acordo com os princípios Bíblicos. E ser guiado pelo Espírito Santo, tenho duas coisas para te dizer:

Primeiro:

Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós. (Mateus 5:11-12)

Segundo:

…e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA. (Jeremias 23:6)

É claro que para aquelas pessoas que estão vivendo na pratica do pecado, em desacordo com os princípios Bíblicos. É preciso se concertar diante do do Senhor.

Afinal o profeta Isaías 5:20 diz: “Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas, que tornam doce o que é amargo, e amargo o que é doce!”

É preciso que haja arrependimento dos pecados e confessar a Jesus como Único Salvador. Pois Ele esta de braços abertos, para te receber e te chamar de filho.

Uma lição de vida

Tamar mesmo de forma perigosa, agiu sabiamente segundo a lei da época em que vivia. Não aceitou perder o que era direto seu!

Mas esperou o momento certo para mostrar a todos o seu exame de DNA e se declarar mais justa do que Judá seu sogro.

Que mulher admirável, teve gêmeos Perez e Zerá. E mesmo sem saber, não permitiu a vitória do diabo, na tentativa de cessar a descendência de Judá.

Linhagem da qual viria o Messias, Jesus Cristo.

E Judá gerou, de Tamar, a Perez e a Zerá; e Perez gerou a Esrom; e Esrom gerou a Arão… (Mateus 1:3)

Faça como Tamar, não abra mão daquilo que é seu por direito. Se você recebeu de Deus uma promessa ou até mesmo um sonho, não desista, não pare.

Mesmo que a situação esteja bem difícil. Mesmo que as pessoas e/ou circunstâncias digam o contrário, que isto é impossível ou não tem mais jeito.

Confie no Senhor Jesus Cristo, pois todo o poder dos céus e da terra está em suas mãos.

Peça ao Espírito Santo que te dê a estratégia correta e o mais importante, aplique esta estratégia com e ousadia, crendo que no Nome de Jesus a vitória já é sua!


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Que Deus te abençoe em Nome de Jesus!

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Sobre o Autor

Pr. Robson Silva
Pr. Robson Silva

Meu nome é Robson Silva. Sou pastor, casado e tenho por missão ajudar VOCÊ a Crescer Espiritualmente!

54 Comentários

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  1. Em Judá está o fundamento, mas, não a origem do levirato. Que só surgiu com Moisés (cerca de 500 anos depois de Judá e Tamar). Ou seja, não existia a lei nos tempos de Judá.

  2. A paz pastor!
    A lei do levirato Dt. 25: 5-6 assegura que o irmão pôde casa com a nora, mas com o sogro não encontrei nada a respeito. Poderia esclarecer essa dúvida por favor.

  3. Eu estou maravilhada com essa história de coragem e superação , e contada de mais bem explicada para não ter como não entender. Meus parabéns que Deus continue te capacitando para glória dele.

  4. Obrigada por compartilhar conosco esses ensinamentos. Simples e de fácil entendimento.Deus continue lhe usando dessa maneira especial.

  5. A paz e a graça do Senhor, meu amado,

    Muito obrigado pelo estudo, que Deus continue lhe usando ate a volta do seu filho.

    Att., Servo do Deus Altissimo Moacir Alves, BSB-DF

  6. A paz do senhor
    Ameii. Muito esclarecedor.
    Ja havia lido esse texto varias vezes mas nunca me atentei para os detalhes citados aqui no estudo.
    E sem duhida edificante. Que o Espirito Santo continue lhe expirando. Deus lhe abençoe .

  7. A paz do Senhor! Obrigada pelo esclarecimento, na realidade não havia entendido o porque desta história no meio da história de José, mas ela é fundamental para a continuação da linhagem que é promessa de Deus.

  8. Aprende muito!! Eu já tinha lido este livro e assistido no filme, “José”, mas com essa explicação e examinando as escrituras é bem esclarecedor!! Deus o abençoe sempre e que o Senhor continue derramando milhões de bençãos! Amém

  9. Excelente estudo e de fácil entendimento.
    Parabéns!
    Que Deus continue lhe abençoando!

    Irmão Bento Bahia – Capanema – Pará

  10. Ev. Elias marciano; Excelente estudo Biblico Deus continue abençoando o seu Ministerio, muito me renovou este estudo, Deus te guarde a você e sua família, e te use na Terra.